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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O cristão e a internet

Eu confesso que gosto de internet e computação, por isso tenho dois blogs, o chamado Pb. Silvio Luis cujo endereço é silviolr.blogspot.com e outro chamado S.L. InfoTec, cujo endereço é slluisramos.blogspot.com. Do qual eu falo sobre tecnologia. Mas nem tudo é computador, principalmente para o cristão, eu sei que tem muitas coisa boa na internet até para o crente, mas as vezes é bom sair de frente da tela e pegar o livro de capa preta, chamado Bíblia Sagrada e meditar. Você vai me dizer que tem a Bíblia online; eu sei disso, boa idéia de quem fez esse site. Mas você não consegue meditar lendo Bíblia online, você só consegue ler. Pra meditar, tem que sair do computador e pegar a Bíblia Sagrada. O computador é só um pequeno complemento usado para tirar algumas dúvidas. Não se engane dizendo que lê a Bíblia todo o dia. Pois o importante não é ler, é meditar e nessa meditação ouvir o que Deus tem pra te dizer.

Por Pb. Silvio Luis

domingo, 30 de janeiro de 2011

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 10º Capítulo - Eu o levarei para o lar


10 - Eu o Levarei para o Lar

O Fardo do Túmulo

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam...
Salmos  23.4
Verão na antiga Palestina. Um bando de carneiros, de cabeças balouçantes, segue o pastor para fora do portão.

A crista do sol mal apareceu no horizonte, e ele já conduz o seu rebanho. Como todos os outros dias, ele os guia através do portão e os leva para os campos. Porém, diferente da maioria dos outros dias, o pastor não voltará para casa à noite. Ele não descansará em sua cama, e as ovelhas não dormirão em seu piquete cercado. É o dia de o pastor levar as ovelhas para o campo alto.

Hoje, ele encaminha o seu rebanho para as montanhas.

Ele não tem outra escolha. O pastoreio da primavera deixou os seus pastos tosados, por isso ele precisa procurar novos campos. Sem outra companhia, que não as ovelhas, e sem outro anelo, que não o bem-estar delas, ele as guia para os espessos gramados das encostas. O pastor e o seu rebanho ir-se-ão por semanas, talvez meses. Ficarão lá até o outono; até que a grama se acabe e o frio se torne insuportável.

Nem todos os pastores fazem esta jornada. A caminhada é longa. A vereda é perigosa. Plantas venenosas podem intoxicar o rebanho. Animais selvagens podem atacar o rebanho. Existem trilhas estreitas e vales escuros.

Alguns pastores preferem a segurança dos pastos estéreis, embaixo.

Mas o bom pastor não. Ele conhece o caminho. Ele palmilhou esta trilha muitas vezes. Além do mais, ele está preparado. Vara na mão e cajado preso ao cinto. Com a vara, ele tangerá o rebanho. o cajado, ele o protegerá e guiará. Ele o conduzirá para as montanhas.

Davi compreendia esta peregrinação anual. Antes de comandar Israel, ele comandou ovelhas. Poderia o seu tempo como pastor a inspiração por trás deste que é um dos mais importantes versículos da Bíblia? "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam" (Sl 23.4).

Porque o que o pastor faz com o rebanho, o nosso Pastor fará conosco. Ele nos conduzirá aos campos elevados.

Quando os pastos estiverem tosados aqui embaixo, Deus nos levará lá para cima. Ele nos guiará através do portão, para fora das terras rentes, e subirá a trilha da montanha.

Como um pastor escreveu:

Toda montanha tem seus vales. Suas encostas são marcadas por profundas ravinas e sulcos. E a melhor rota para o topo é sempre através destes vales.

Qualquer pastor acostumado aos campos altos sabe disso.

Ele guia o seu rebanho de modo gentil, porém persistente, pela trilha que sobe sinuosa através dos vales sombrios.

Algum dia, nosso Pastor fará o mesmo conosco. Ele nos levará para a montanha pelo caminho do vale. Ele nos guiará para a sua casa através do vale da sombra da morte.

Muitos anos atrás, quando eu morava em Miami, recebemos no escritório da igreja um telefonema de uma casa funerária próxima. Um homem havia identificado o corpo de um indigente como sendo seu irmão, e queria um culto memorial. Ele não conhecia nenhum ministro na região.

Poderia eu dizer algumas palavras? O ministro sênior e eu concordamos. Quando chegamos, o irmão do falecido havia selecionado um texto numa Bíblia em espanhol: "Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam" (Sl 23.4).

Ele precisava assegurar-se de que, embora seu irmão tivesse vivido sozinho, não morrera só. E buscando esta segurança, voltou-se para este versículo. Você tem, igualmente, feito o mesmo.

Se você já assistiu a um culto fúnebre, já ouviu estas palavras.

Se você já caminhou pelo cemitério, já leu estas palavras. Elas são citadas nas sepulturas dos indigentes; entalhadas nas lápides dos reis. Gente que não conhece nada da Bíblia conhece esta parte dela. Gente que não cita as Escrituras recorda este trecho, este versículo sobre vale, sombra e pastor.

Por que? Por que estas palavras são tão estimadas? Por que este verso é tão amado? Posso pensar num par de razões. Em virtude deste salmo, Davi concede-nos dois lembretes que podem ajudar-nos a perder o medo da sepultura.

Todos já o enfrentamos. Numa vida assinalada por hora marcada com o médico, hora marcada com o dentista, hora marcada com a escola, não está marcada, para nenhum de nós, a hora em que vamos faltar; não há hora marcada com a morte. "Aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo" (Hb 9.27). Oh, como gostaríamos de mudar este verso. Apenas uma ou duas palavras seriam suficientes. "A quase todos está ordenado morrer..." ou "A todos, menos a mim, está ordenado morrer..." ou "A todos os que esquecerem de se alimentar direito e de tomar vitaminas está ordenado morrer...". Mas estas não são palavras de Deus. Em seu plano, todos devem morrer, mesmo aqueles que são corretos e tomam as suas vitaminas.

Eu poderia ter passado o dia todo sem lembrar você disso. Fazemos possível para evitar o tópico. Um homem sábio, porém, insiste que o enfrentemos honestamente:

"Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração" (Ec 7.2). Salomão não estava promovendo uma mórbida obsessão pela morte. Ele estava nos lembrando de sermos honestos quanto ao inevitável.

Moisés fez a mesma exortação. No único salmo atribuído à sua pena, ele orou: "A duração da nossa vida é de setenta anos... Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio" (Sl 90.10,12).

O sábio se lembra da brevidade da vida. Exercícios podem obter-nos um pouco mais de batidas do coração. A medicina pode dar-nos um pouco mais de respiração. Mas no fim, há um fim. E a melhor maneira de enfrentar a vida é ser honesto quanto à morte.

Davi era. Ele pode ter matado Golias, mas não tinha ilusões quanto a evitar o gigante da morte. E, embora o seu primeiro lembrete nos torne moderados, o segundo nos encoraja: Não temos de enfrentar a morte sozinhos.

Não perca a mudança no vocabulário de Davi. Até este ponto, e eu temos sido os ouvintes, e Deus, o assunto. "O Senhor é meu pastor". "Ele me faz deitar". "Ele guia-me mansamente às águas tranqüilas". "Ele restaura a minha alma". "Ele guia-me pelas veredas da justiça". Nos três primeiros versos, Davi nos fala, e Deus escuta.

De repente, porém, no verso quatro, Davi fala com Deus, e nós ouvimos. É como se a face de Davi, que estava sobre nós, agora se voltasse para Deus. Seu poema torna-se uma oração. Em vez de falar conosco, ele fala com o Bom Pastor. "Tu estás comigo; a tua Vara e o teu cajado me consolam".

A mensagem subentendida de Davi é sutil, porém crucial.

Não enfrente a morte sem enfrentar Deus. Nem mesmo fale da morte, sem falar com Deus. Ele, e apenas Ele, pode guiá-lo através do vale. Outros podem especular ou aspirar, contudo, apenas Deus conhece o caminho para levá-lo ao lar. E apenas Deus está comprometido em levar você para lá, em segurança.

Anos depois de Davi haver escrito estes versos, outro pastor de Belém diria: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também" (Jo 14.2,3).

Note a promessa de Jesus. "Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo". Ele empenha-se em levar-nos ao lar. Ele não delega esta incumbência. Ele envia missionários para ensinar você, manda anjos para proteger você, professores para guiar você, cantores para inspirar você, mas não manda ninguém para levar você. Ele reserva esta tarefa a si próprio. "Eu voltarei e levarei você para casa". Ele é o seu Pastor pessoal. E Ele é responsável, pessoalmente, em conduzir você ao lar. E porque Ele está presente quando qualquer uma de suas ovelhas morre, você pode dizer o que Davi disse: "Não temerei mal algum".

Quando minhas filhas eram mais novas, desfrutamos de muitas tardes divertidas na piscina. Como todos nós, elas tiveram de superar seus temores a fim de nadar. Um dos últimos medos que elas tiveram de enfrentar foi o medo da profundidade. Uma coisa é nadar na superfície, outra coisa é mergulhar fundo. Quero dizer, quem sabe que espécies de dragões e serpentes habitam as profundezas de uma piscina de dois metros e meio? Você e eu sabemos que não há nada a temer, mas uma criança de seis anos não sabe. Uma criança sente a respeito da profundidade o mesmo que você e eu sentimos a respeito da morte. Não estamos certos e nos espera lá embaixo.

Eu não queria que minhas filhas tivessem medo da profundidade, então eu brincava, com cada uma delas, de Shamu, a baleia. Minha filha era a treinadora. Eu era Shamu. Ela apertava o nariz e passava o braço em volta do meu pescoço. Então afundávamos. Afundávamos, afundávamos, afundávamos até poder tocar o fundo da piscina. Então explodíamos, rompendo à tona. Após vários mergulhos, elas compreenderam que não tinham nada a temer. Nenhum mal.

Por quê? Porque eu estava com elas.

E quando Deus nos chamar para dentro do profundo vale da morte. Ele estará conosco. Ousaríamos pensar que Ele nos abandonaria no momento da morte? Iria um pai forçar seu filho a nadar sozinho nas profundezas? Iria o pastor exigir que a sua ovelha viajasse sozinha para as terras altas? Claro que não. Iria Deus permitir que um filho seu viajasse sozinho para a eternidade? Absolutamente não! Ele está com você!

O que Deus disse a Moisés, Ele diz a você: "Irá a minha presença contigo para te fazer descansar" (Êx 33.14).

O que Deus disse a Jacó, Ele diz a você: "Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores" (Gn 28.15).

O que Deus disse a Josué, Ele diz a você: "Como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei" (Js. 1.5).

O que Deus disse à nação de Israel, Ele diz a você: "Quando passares pelas águas, estarei contigo" (Is 43.2).

O Bom Pastor está com você. E porque Ele está com você, pode fazer a mesma declaração que Davi: "Não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”

Um capelão do exército francês usava o Salmo 23 para encorajar os soldados antes da batalha. Ele insistia com eles para repetirem a primeira frase do salmo, marcando cada palavra em um dedo. O dedo mínimo representava a palavra O; o anular representava a palavra Senhor; o médio, é; o indicador, meu; e o polegar, pastor. Então ele pedia que cada soldado escrevesse o versículo na palma da mão, e o repetisse sempre que precisasse de força.

O capelão dava ênfase especial à mensagem do dedo indicador - meu. Ele recordava aos soldados que Deus é um pastor pessoal, com uma missão pessoal - levá-los ao lar em segurança.

As palavras do capelão alcançaram o alvo? Na vida de um homem, sim. Após uma batalha, um jovem soldado foi achado morto; sua mão direita agarrada ao indicador da esquerda.

"O Senhor e o meu pastor...".

Oro para que as suas horas finais encontrem você agarrado à mesma esperança.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 9º Capítulo - Suplante a si mesmo


9 - Suplante a si Mesmo

O Fardo da Arrogância

Por amor do seu nome...
Salmos 23.3
A humildade é de certo modo uma virtude enganosa. Às vezes você pensa que a possui, e não possui, ou acha que não a tem, e tem. Já ouviu a história do menino que recebeu o distintivo de "O Mais Humilde", e este lhe foi tirado porque ele o usou?

Algo semelhante aconteceu-me outro dia mesmo. Eu me retirara para uma cidade próxima a fim de trabalhar neste livro. O povoado era um perfeito refúgio: singular, sossegado, e tinha excelente comida.

Eu tinha ido a um bar para tomar o café da manhã, quando percebi que as pessoas estavam me fitando.

Enquanto estacionava, dois camaradas se voltaram e olharam em minha direção. Uma mulher fez uma tomada dupla quando entrei, e vários clientes levantaram a cabeça à minha passagem. Quando tomei assento, a garçonete entregou-me um menu, mas não sem antes estudar-me demoradamente.

Por que a atenção? Após algumas cogitações, tomei uma posição madura e admiti que eles me haviam reconhecido das capas de meus livros. Ora, esta deve ser uma cidade de leitores. E, dei de ombros, eles conhecem um bom autor quando vêem um. Minha apreciação pelo local apenas aumentou.

Dando um sorriso para as pessoas das outras mesas, preparei-me para tomar minha refeição. Quando me encaminhei para o caixa, as cabeças se voltaram novamente. Estou certo de que Steinbeck tinha o mesmo problema. A mulher que recebeu o meu dinheiro começou a dizer algo, mas então parou. Encabulada, conjeturei.

Foi apenas quando parei no banheiro que vi o real motivo de tanta atenção - a risca de sangue seco em meu queixo. Meu curativo para corte de barbeador não funcionara, e eu saíra com a minha barbela de peru. Tanto mais por me sentir famoso.

Eles provavelmente acharam que eu era um foragido de uma prisão do Texas.

Oh, as coisas que Deus faz para manter-nos humildes...

Ele o faz para o nosso bem, você sabe. Você poria uma sela nas costas de seu filho de cinco anos? Iria Deus sobrecarregar você com arrogância? De jeito nenhum.

Esta é uma peça da bagagem que Deus odeia. Ele não antipatiza com a arrogância. Ele não desaprova a arrogância. Ele não é desfavorável à arrogância. Deus odeia a arrogância. O que uma refeição de larvas causa ao nosso estômago, o orgulho humano causa ao de Deus.

"A soberba e a arrogância aborreço" (Pv 8.13).
"Abominação é para o Senhor todo altivo de coração" (Pv 16.5).
Deus ordena: "Nada façais por vanglória" (Fp 2.3).

E, "Não multipliqueis palavras de altíssima altivez" (1 Sm 2.3). E do mesmo modo que concede graça ao humilde, "Deus resiste aos soberbos" (1 Pe 5.5). Enquanto a humildade vai adiante da honra,"a soberba precede a ruína" (Pv 16.18).

Indagamo-nos todos por que as igrejas são cheias de poder em uma geração, e vazias na outra. Talvez a resposta se encontre em Provérbios 15.25: "O Senhor arrancará a casa dos soberbos".

Deus odeia a arrogância. Ele odeia a arrogância porque não temos feito coisa alguma pela qual sermos arrogantes.

O crítico de artes confere prêmios à tela? Há um Pulitzer para a tinta? Você pode imaginar um bisturi se tornando presunçoso após um bem sucedido transplante de coração? Claro que não. Eles são apenas ferramentas, por isso não recebem crédito pelas realizações.

E a mensagem do Salmo 23 é que também não temos nada pelo que nos orgulhar. Temos descanso, salvação, bênçãos, e um lar no céu - e não fizemos nada para merecer qualquer uma destas coisas. Quem fez? Quem fez o trabalho? A resposta enfileira-se pelo Salmo 23 como um fio de seda através das pérolas.

"Ele me faz..."
"Ele me guia..."
"Ele refrigera a minha alma..."
"Tu estás comigo..."
"A tua vara e o teu cajado me consolam..."
"Preparas uma mesa..."
"Unges a minha cabeça..."

Podemos ser a tela, o papel, ou o bisturi, mas não somos quem merece os aplausos. E, apenas para certificar de que entendemos o ponto, bem no meio do poema, Davi declara quem os merece. O pastor guia suas ovelhas, não por amor de nossos nomes, mas "por amor do seu nome".

Por que Deus tem algo a fazer conosco? Por amor do seu nome. Nenhum outro nome em cartaz. Nenhum outro nome em destaque. Nenhum outro nome na primeira página.Tudo é feito para a glória de Deus.

Por que? Qual é a grande jogada? Deus tem um problema de ego?

Não, mas nós, sim. Somos quase tão responsáveis com os aplausos quanto eu fui com o bolo que ganhei no primeiro grau. No grande final da competição musical, advinha quem se sentou? E advinha o que o menininho ruivo de rosto sardento ganhou? Um fofo e úmido bolo de coco. E advinha o que o menino queria fazer naquela noite? Comer o bolo todo. Não apenas metade dele.

Não um pedaço dele. Todo ele! Afinal, eu o tinha ganhado.

Mas você sabe o que os meus pais fizeram? Racionaram o bolo. Deram-me apenas o que eu podia segurar. Sabendo que a forra de hoje é a dor de barriga de amanhã, eles asseguraram que eu não adoecesse em meu sucesso.

Deus faz o mesmo. Ele pega o bolo. Ele pega o crédito, não porque precise dele, mas porque sabe que não podemos lidar com ele. Não nos contentamos com um pouco de adulação; nossa tendência é engolir toda ela. A exaltação aumenta a nossa cabeça e encolhe o nosso cérebro, e logo começamos a pensar que temos algo a ver com a nossa sobrevivência. Bem rápido nos esquecemos de que fomos feitos do pó, e resgatados do pecado.

Logo começamos a orar como o companheiro na reunião do partido político religioso: "Deus, obrigado porque no mundo há pessoas como eu. O homem da esquina carece de assistência social - eu não. A prostituta da rua tem AIDS - eu não. O bêbado no bar necessita de álcool - eu não. A convenção dos gays precisa de moralidade - eu não. Te agradeço porque no mundo há pessoas como eu".

Afortunadamente, havia um homem na mesma reunião que desviara todo o aplauso. Contrito demais até para levantar os olhos ao céu, ele curvou-se e orou:

"Deus, tenha misericórdia de mim, pecador. Como o meu irmão depende da previdência social, eu dependo da tua graça.
Como a minha irmã com AIDS, estou infectado com enganos.
Como o meu irmão que bebe, preciso de algo que me alivie a dor.
E assim como Tu amas e dás direção ao gay, concede-me o mesmo.
Tenha misericórdia de mim, pecador".

Após contar uma história semelhante a esta, Jesus declarou: "Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado" (Lc 18.14).

Com a mesma intensidade com que odeia a arrogância, Deus ama a humildade. O mesmo Jesus que disse: "Sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29), ama aqueles que são mansos e humildes de coração. "Ainda que o Senhor é excelso, atenta para o humilde" (Sl 138.6). Deus afirmou: "Habito com o contrito e abatido" (Is 57.15). Ele também disse: "Eis para quem olharei: para o pobre e abatido de espírito" (Is 66.2). E aos humildes, Deus dá grandes tesouros:

Ele dá honra: "Diante da honra vai a humildade".
Ele dá sabedoria:"Com os humildes está a sabedoria" (Pv 11.2)
Ele dá direção: "Aos mansos ensinará o seu caminho" (Sl 25.9).
E o mais importante, Ele dá graça: "Deus dá graça ao humilde" (1 Pe 5.5).
E esta segurança: "Ele adornará os mansos com a salvação" (Sl 149.4).

O apóstolo Paulo foi salvo através de uma visita pessoal de Jesus. Ele foi levado até o céu e tinha poder para ressuscitar mortos, mas quando se apresentava a si mesmo, não mencionava nada disso. Ele simplesmente dizia: "Paulo, servo de Deus" (Tt 1.1).

João batista era parente sanguíneo de Jesus e foi o primeiro evangelista da história. Contudo, ele é lembrado nas Escrituras como aquele que decidiu: "E necessário que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3.30).

Deus ama a humildade. Seria esta a razão de Ele oferecer tantas dicas para cultivá-la? Posso... hãhã... humildemente, falar um pouco?

1. Avalie-se a si mesmo honestamente. Humildade não é o mesmo que baixa auto-estima. Ser humilde não significa você achar que não tem nada a oferecer; significa que você sabe exatamente o que tem a oferecer, e não mais. "... que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Rm 12.3).

2. Não leve o sucesso tão a sério. A Escritura faz esta advertência: "E se acrescentar a prata e ouro, e se multiplicar tudo quanto tens, não se eleve o teu coração e te esqueças do teu Deus" (Dt 8.13,14).

Neutralize este orgulho com a lembrança da brevidade da vida e da fragilidade da riqueza.

Considere o seu sucesso e conte o seu dinheiro num cemitério, e lembre-se que nenhum dos dois será enterrado com você. "Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho que possa levar na sua mão" (Ec 5.15). Vi um lembrete desses num cemitério.

Estacionado perto da entrada estava um belo barco de recreação com a placa "Vende-se". Você ficaria admirado se o pescador compreendesse que não poderia levá-lo com ele.

3. Celebre a importância dos outros."Cada um considere os outros superiores a si mesmo" (Fp 2.3). O colunista Rick Reilly deu aos atletas profissionais novatos o seguinte conselho: "Pare de bater no peito. Na linha bloqueada, o zagueiro lança você numa perfeita espiral enquanto a cabeça dele pára, e o bom receptor bate a dupla cobertura. Suplante a si mesmo".

A verdade é que cada aterrissagem na vida é uma conquista da equipe. Aplauda seus companheiros de equipe.

Um aluno da escola primária chegou do teste que fizera para a peça da escola, anunciando: "Mamãe, mamãe, ganhei um papel. Fui escolhido para sentar na audiência, e aplaudir e dar vivas!" Quando você tem a chance de aplaudir e ovacionar, você o faz? Se o faz, a sua cabeça está começando a se ajustar ao tamanho do seu chapéu.

4. Não demande o seu próprio lugar. Esta foi a instrução de  Jesus aos discípulos: "Assenta-te no derradeiro lugar, para que quando vier o que te convidou, te diga: Amigo, assenta-te mais para cima. Então terás honra diante dos que estiverem contigo à mesa" (Lc 14.10).

Exigir deferência é como caçar uma borboleta. Persiga-a, e nunca a alcançará. Sente-se quieto, e ela poderá pousar em seu ombro. O filósofo francês Blaise Pascal indagou: "Você quer que as pessoas falem bem de você? Então nunca fale bem de si mesmo". Talvez seja o que a Bíblia diz: "Louve-te o estranho, e não a tua boca" (Pv 27.2).

5. Nunca anuncie o seu sucesso antes que ele aconteça.

Ou, como disse um dos reis de Israel, "Não se gabe quem se cinge como aquele que se descinge" (1 Rs 20.11).

Charles Spurgeon treinou muitos jovens ministros. Numa ocasião, um aluno subiu para pregar, cheio de confiança, mas falhou miseravelmente. Ele desceu manso e humilde. Spurgeon asseverou-lhe: "Se você tivesse subido como desceu, teria descido como subiu".' Se a humildade precede um evento, então a confiança poderá segui-lo.

6. Fale humildemente. "Não multipliqueis palavras de altíssima altivez" (1 Sm 2.3). Não seja emproado. As pessoas não estão impressionadas com as suas opiniões.

Aprenda com Benjamin Franklin.

Desenvolvi o hábito de expressar-me em termos de modesta falta de confiança, nunca usando, quando antecipo que alguma coisa pode ser disputada, as palavras certamente, indubitavelmente, ou outras que dão o ar de positividade a uma opinião; antes, digo: eu imagino, eu sinto que determinada coisa pode ser assim e assim... Acredito que este hábito me tem sido muito vantajoso.

E pode ser muito vantajoso para nós também.

Um último pensamento para promover a humildade.

Viva ao pé da cruz. Paulo afirmou: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo".

Você sente necessidade de afirmação? Sua auto-estima carece de atenção? Você não precisa apresentar nomes ou exibir-se. Você necessita apenas de uma pausa ao pé da cruz, e de ser lembrado disso: O criador das estrelas preferiu morrer por você, a sem você. E isto é fato. Então, se você precisa gabar-se, gabe-se disso.

E, de vez em quando, examine o seu queixo.


Fonte: Livro "Aliviando a Bagagem" de Max Lucado

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Charles Thomas Studd

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 8º Capítulo - Uma troca celestial


8 - Uma Troca Celestial

O Fardo da Culpa

Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome...
Salmos 23.3
Um amigo organizou uma troca de biscoitos de natal para o staff de nossa igreja. O plano era simples. O preço da admissão era uma bandeja de biscoitos. Sua bandeja autorizava você a pegar biscoitos de outras bandejas.

Você podia sair com tantos biscoitos quanto houvesse trazido.

Parece simples, se você sabe cozinhar. Mas e se você não sabe? E se, igual a mim, você é culinariamente desafiado? E se você se sente tão à vontade num avental quanto um fisiculturista numa roupa de bailarina? Se este é o caso, você tem um problema.

Este era o caso, e eu tinha um problema. Não tinha biscoitos para trazer; conseqüentemente, não teria lugar na festa. Seria deixado de fora, mandado embora, evitado, afastado, rejeitado. (Você sente por mim?)

Esta era a minha condição.

E, perdoe-me trazer isto à tona, mas a sua situação é até pior.

Deus está planejando uma festa - uma festa para festa nenhuma botar defeito. Não uma festinha de biscoitos, mas um banquete. Não risadinhas e bate-papo na sala de conferências, mas olhos arregalados de admiração na sala do trono de Deus.

Sim, a lista de convidados é impressionante. Sua pergunta para Jonas, sobre como é sofrer nas entranhas de um peixe?Você poderá interrogá-lo. Porém mais impressionante que os nomes dos convidados é a natureza deles. Nada de egos, nada de poderio.

Culpa, vergonha e tristeza serão detidas no portão.

Doenças, morte e depressão serão a Peste Negra de um passado distante. O que hoje vemos diariamente, lá, nunca mais veremos.

E o que hoje enxergamos de modo vago, lá, enxergaremos claramente. Veremos a Deus. Não pela fé. Não através dos olhos de Moisés, ou de Abraão, ou de Davi. Não por meio das Escrituras, ou do pôr-do-sol, ou das chuvas de verão.

Veremos não o trabalho ou as palavras de Deus, mas Ele mesmo! Ele não é o anfitrião da festa; Ele é a própria festa. A sua bondade é o banquete. A sua voz, a música. O seu resplendor é a luz, e o seu amor, o tema infinito da discussão.

Há apenas um empecilho. O preço da admissão é um tanto alto. Para comparecer à festa, você precisa ser justo.

Não bom. Não decente. Não um contribuinte ou um devoto.

Os cidadãos do céu são justos. R-e-t-o-s.

Todos nós, ocasionalmente, fazemos o que é certo. Uns poucos fazem, predominantemente, o que é certo. Mas, algum de nós faz sempre o que é certo? De acordo com Paulo, não. "Não há um justo, nem um sequer" (Rm 3.10). Paulo é duro quanto a isto. Ele continua dizendo, "Não há quem faça o bem, não há nem um só" (Rm 3.12).

Alguém pode discordar. "Não sou perfeito, Max, mas sou melhor que a maioria.Tenho me portado bem. Não quebro as regras. Não parto corações. Ajudo as pessoas. Gosto das pessoas. Comparado a outros, acho que posso dizer que sou uma pessoa justa".

Eu costumava tentar isto com minha mãe. Ela me dizia que o meu quarto não estava limpo, e eu lhe pedia para vir comigo ao quarto do meu irmão. O dele estava sempre mais bagunçado que o meu. "Veja, meu quarto está limpo; dê uma olhada neste".

Nunca funcionava. Ela me levava para o quarto dela. Em se tratando de arrumar aposentos, minha mãe era justa.

Seu armário era perfeito. Sua cama era perfeita. Seu banheiro era perfeito. Comparado ao dela, meu quarto era... bem, totalmente errado. Ela me mostrava seus aposentos e dizia: "E isto o que eu chamo de limpo".

Deus faz o mesmo. Ele aponta para si mesmo e diz: "É isto o que eu chamo de retidão".

Retidão é o que Deus é.

"...pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo" 2 Pe 1.1).

"Deus é um juiz justo" (Sl 7.11).

"O Senhor é justo e ama a justiça" (Sl 11.7).

A justiça de Deus "permanece para sempre" (Sl 112.3) e

"está muito alta" (Sl 71.19).

Isaías descreve Deus como "Deus justo e Salvador" (Is 45.21).

Na véspera de sua morte, Jesus começou sua oração com as palavras: "Pai justo" (Jo 17.25).
Chegou ao ponto? Deus é justo. Seus decretos são justos Rm 2.5). Suas exigências são justas (Rm 8.4). Seus atos são justos (Dn 9.16). Daniel declarou: "Justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as suas obras, que fez" (Dn 9.14).

Deus nunca é injusto. Ele nunca se entregou a uma decisão errada, experimentou a atitude errada, deu o passo errado, disse a coisa errada, ou agiu do modo errado. Ele nunca está atrasado ou adiantado demais, nunca é demasiadamente barulhento ou suave, rápido ou lento. Ele sempre esteve e sempre estará certo. Ele é reto.

Quando se trata de retidão, Deus percorre a mesa como um lance de tabela. E quando se trata de retidão, não sabemos qual extremidade do taco segurar. Daí, a nossa condição.

Iria Deus, que é justo, passar a eternidade com aqueles que não o são? Iria Harvard admitir um desistente da terceira série? Se o fizesse, o gesto poderia ser benevolente, mas não seria justo. Se Deus aceitasse o injusto, o convite seria ainda mais amável, mas estaria Ele sendo correto? Seria Ele justo por deixar passar nossos pecados? Baixar o seu padrão? Não. Ele não seria justo. E uma coisa que Deus é: justo.

Ele afirmou a Isaías que a justiça seria o seu prumo, o padrão pelo qual a sua casa seria medida (Is 28.17). Se somos injustos, então seremos deixados na entrada, sem biscoitos. Ou, para usar a analogia de Paulo, "e todo o mundo seja condenável diante de Deus" (Rm 3.19). Então, o que vamos fazer?

Carregar um fardo de culpa? Muitos o fazem. Muitos mesmo.

E se a nossa bagagem espiritual fosse visível? Suponha que a bagagem de nosso coração fosse literalmente vista pelas ruas. Sabe o que mais veríamos? Malas de culpas.

Bolsas estufadas com bebedeiras, explosões, e compromissos. Olhe à sua volta. O camarada com o terno de lã cinza? Está arrastando uma década de pesares.

O menino de calça jeans e argola no nariz? Daria qualquer coisa para retirar as palavras que disse à mãe. Mas não pode. Então ele as reboca adiante. A mulher num tailleur executivo? Parece que ela poderia concorrer para senadora. Ela preferiria correr por socorro, mas não pode correr por nada. Não arrastando aquela mala de remorso onde quer que vá.

Ouça. O peso do cansaço abate você. A autoconfiança desencaminha você. Os desapontamentos desencorajam você.

A ansiedade contamina você. A culpa? A culpa consome você.

Então, o que fazemos? Nosso Deus é correto, e nós somos errados. Sua festa é para os inocentes, e estamos longe disso. O que fazemos?

Posso contar-lhe o que fiz. Confessei minha necessidade. Lembra-se do meu dilema sobre os biscoitos? Veja o e-mail que enviei a todo o staff: "Não sei cozinhar, por isso não poderei estar na festa".

Alguma das assistentes teve piedade de mim? Não.
Alguém do staff teve pena de mim? Não.
Alguém da Suprema Corte da justiça teve misericórdia de mim? Não.
Porém, uma piedosa irmã da igreja teve compaixão de mim.

Como ela soube do meu problema, eu não sei.Talvez meu nome achou seu caminho numa lista de oração. O que sei é que momentos antes da celebração, estavam me entregando um presente, um prato de biscoitos, doze círculos de bondade.

E em virtude daquele presente, fui privilegiado com um lugar na festa.

Se eu fui? Pode apostar seus biscoitos que sim. Como um príncipe carregando uma coroa numa almofada, carreguei o meu presente para dentro da sala, coloquei-o na mesa e fiquei de cabeça erguida. Porque uma boa alma ouviu o meu apelo, foi-me dado um lugar à mesa.

E porque Deus ouve o seu apelo, ser-lhe-á dado o mesmo.

Só que Ele faz mais - oh, muito mais - que assar biscoitos para você.

Foi, ao mesmo tempo, o momento mais belo e o mais horrível da história. Jesus de pé, no tribunal do céu.

Passando a mão sobre toda a criação, Ele defendeu:

"Puna a mim pelos seus erros. Vê o assassino? Dê-me a sua pena. A adúltera? Eu levarei a sua vergonha. O fanático, o mentiroso, o ladrão? Faça a mim o que farias a eles. Trate-me como tratarias um pecador".

E Deus o fez. "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pe 3.18).

Sim, reto é o que Deus é, e, sim, reto é o que nós não somos, e, sim, retidão é o que Deus requer. Mas,"agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus" (Rm 3.21).

Davi disse o mesmo desta forma: "Guia-me pelas veredas da justiça" (Sl 23.3).

A vereda da justiça é uma trilha estreita, sinuosa, subindo um monte íngreme. No cume do monte há uma cruz.

Ao pé da cruz estão os fardos. Incontáveis fardos cheios de inumeráveis pecados. O calvário é um monte composto de culpas. Gostaria de levar a sua para lá também?

Um último pensamento sobre a festa do biscoito natalina. Todos sabiam que eu não fazia biscoitos? Se não sabiam, eu lhes contei. Contei-lhes que estava presente em virtude do trabalho de outra pessoa. Minha única contribuição foi a minha própria confissão.

Estaremos dizendo o mesmo por toda a eternidade.


Fonte: Livro "Aliviando a Bagagem" de Max Lucado

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Temos algo a oferecer

Atos 3.

  1. E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona.
  2. E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.
  3. O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola.
  4. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós.
  5. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa.
  6. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
  7. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram.
  8. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus.
  9. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus;
Nesse capítulo de Atos vemos o primeiro acontecimento realizado pelos discípulos após a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Lucas (o escritor de Atos) era observador, e escreveu com detalhe o que aconteceu. O homem era posto desde o nascimento na porta chamada formosa; a porta chamada formosa era uma das mais bonita e contratava com o homem paralítico que pedia esmola. A todos os que entravam no templo o homem pedia uma esmola. Mas quando chegou na hora de pedir a Pedro e João o homem coxo teve uma surpresa. 
- Olha para nós, disse Pedro.
- Não tenho prata nem ouro...
Eles não tinha prata e nem ouro, mas tinha algo a oferecer, vemos hoje pessoas que antes de orar por um enfermo ou na hora em que recebe uma oportunidade, dizem que não tem nada a oferecer. Se não tem o que oferecer então porque estão lá esperando para orar pelos enfermos ou para falar algo?
Irmãos, nós sempre temos o que oferecer, talvez não tenhamos dinheiro pra oferecer, como Pedro e João, mas algo nós temos.
Pedro e João não tinha nada material para oferecer, mas tinha algo bem maior do que bens materiais, tinha algo espiritual.
Repare, amados, que bens materiais todos podem oferecer, mas o espiritual nem todos podem oferecer, nós, servos do Senhor, temos, temos sempre algo espiritual. 
Então, nunca diga que não tem nada a oferecer quando tiver uma oportunidade ou quando for orar por algum enfermo. Você tem algo muito valioso. Tem o Espírito Santo e em nome de Jesus cristo você pode fazer com que coxos se levantem, cegos vêem, mudos falarem e surdos ouvirem. Tudo no nome de Jesus.

Obs: Tem muitos paralíticos (espiritualmente falando) que precisam andar, mas só vão fazer isso a partir do momento em que você da a ordem. EM NOME DE JESUS CRISTO, O NAZARENO, LEVANTA-TE E ANDA.

Por Pb. Silvio Luis

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Faça-se como uma criança

Marcos 10.15 - Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele.


O Senhor Jesus podia ter dado outro exemplo. Podia ter falado que: "Aquele que não receber o reino de Deus como um homem forte não entraria nele".
Um homem forte para enfrentar o diabo e pisar na cabeça dele.
Ou podia ter dito que: "Aquele que não receber o reino de Deus como um homem culto não entraria nele".
Quando o diabo viesse tentá-lo, o crente diria um monte de palavras bonitas e sábias e pronto! O diabo perde.
Mas Jesus deu o exemplo mais simples e puro. Já reparou o que uma criança faz quando está com problemas? Procura seus pais. Nada mais, só isso.
Assim também nós quando estamos em grandes problemas, não precisamos tentar enfrentá-lo como homens fortes ou sábios, o que temos que fazer é, à exemplo da criança. procurar o nosso Pai. Nada mais.
Sejamos como uma criança, amados e herdaremos o reino dos céus.

Por Pb. Silvio Luis

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os Dois Cavalos


Numa estrada há um pasto. Dois cavalos vivem lá. De longe, parecem cavalos como os outros, mas, quando se olha bem, percebe-se que um deles é cego. Contudo, o dono não se desfez dele e arrumou-lhe um amigo, - um cavalo mais jovem.
Isso já é de se admirar. Se você ficar observando, ouvirá um sino.
Procurando de onde vem o som, você verá que há um pequeno sino no pescoço do cavalo menor. Assim, o cavalo cego, sabe onde está seu companheiro e vai até ele.

Ambos passam os dias pastando e no final do dia o cavalo cego segue o companheiro até o estábulo.
E você percebe que o cavalo com o sino, está sempre olhando se o outro o acompanha e, às vezes, para, para que o outro possa alcançá-lo.

O cavalo cego, guia-se pelo som do sino, confiante que o outro o está levando para o caminho certo.
Moral da história:
Como o dono desses dois cavalos, Jeová Deus não se desfaz de nós só porque não somos perfeitos, ou porque temos problemas ou desafios.
Ele cuida de nós e faz com que outras pessoas venham em nosso auxílio quando precisamos.
Algumas vezes somos o cavalo cego, guiado pelo som do sino daqueles que Jeová Deus coloca em nossas vidas.

Outras vezes, somos o cavalo que guia, ajudando outros a encontrar seu caminho. E assim são os bons amigos. Você não precisa vê-los, mas eles estão lá.

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 7º Capítulo - Lá fora é uma selva


7 - Lá Fora É uma Selva

O Fardo do Desespero


Refrigera a minha alma...

Salmos 23.3
Pergunto-me se você pode imaginar a si mesmo numa selva.

Uma densa selva. Uma selva escura. Seus amigos o convenceram de que era tempo para uma daquelas raras viagens da vida, e aqui está você. Você pagou a passagem.

Você cruzou o oceano. Você alugou o guia e juntou-se ao grupo. E você aventurou-se onde nunca antes se aventurara - no profundo e estranho mundo de uma selva.

Parece interessante? Vamos dar um passo adiante.

Imagine que você está na selva, perdido e sozinho. Você parou a fim de amarrar os cordões da bota, e quando levantou os olhos, não havia ninguém por perto. Você arriscou e foi para a direita; agora está se perguntando se os outros não foram para a esquerda (Ou você foi à esquerda, e eles à direita?).

De qualquer modo, você está sozinho. E você tem estado sozinho por... bem, você não sabe quanto tempo se passou.

Seu relógio estava na sua mochila, e a sua mochila estava nos ombros do gentil rapaz de Nova Jersey, que voluntariamente a segurou enquanto você amarrava as botas. Você não pretendia que ele a carregasse, mas ele o fez. E aqui está você, emperrado no meio de lugar nenhum.

Você tem um problema. Primeiro, você não foi feito para este lugar. Deixassem você num centro de avenidas e edifícios, e você poderia farejar o caminho de casa. Mas aqui, nestes altos blocos de folhagem? Aqui nestas trilhas escondidas por entre o mato? Você está fora de seu elemento. Você não foi feito para esta selva.

E o que é pior: você não está equipado. Você não tem facão. Não tem faca. Não tem fósforo. Não tem luz. Não tem comida. Você não está equipado, mas acha-se numa armadilha - e não tem a menor idéia de como sair.

Parece-lhe divertido? Nem para mim. Antes de prosseguir, façamos uma pausa e indaguemos como você se sentiria. Em tais circunstâncias, que emoções viriam à tona? Com que pensamentos você lutaria?

Medo? Claro que sim.
Ansiedade? No mínimo.
Raiva? Posso entender isto (Você gostaria de pôr as mãos naquela gente que o convenceu a fazer esta viagem).

Porém, acima de tudo, e quanto ao desespero? Nenhuma idéia de para onde se voltar. Nenhuma intuição do que fazer. Quem poderia culpar você por sentar-se num toco (melhor checar primeiro se não há cobras), enterrar o rosto nas mãos e pensar, Nunca sairei daqui? Você não possui direção, nem equipamento, nem esperança.

Você pode congelar esta emoção por um momento? Você pode perceber, por um segundo apenas, como é sentir-se fora de seu elemento? Sem soluções? Sem idéias ou energia? Você pode imaginar, apenas por um momento, como é se sentir sem esperanças?

Se você pode, poderá relacionar-se com muitas pessoas neste mundo.

Para muita gente, a vida é... bem, a vida é igual a uma selva. Não uma selva de árvores e feras. Fosse assim seria simples. Fosse assim, nossas selvas poderiam ser cortadas com um facão, e nossos adversários, capturados numa gaiola. No entanto, as nossas selvas compreendem as mais densas moitas de saúde enfraquecida, corações partidos, e carteiras vazias.

Nossas florestas são constituídas de paredes de hospital e tribunais de divórcio. Não escutamos o gorjear dos pássaros ou o rosnar dos leões, mas ouvimos as reclamações dos vizinhos e as exigências dos patrões.

Nossos predadores são os nossos credores, e os ramos que nos cercam são as agitações que nos exaurem.

Lá fora é uma selva.

E para alguns, mesmo para muitos, o suprimento de esperança é pequeno. O desespero é um fardo excedente. Ao contrário dos outros, ele não é cheio. É vazio, e a sua vacuidade produz o peso.

Abra o zíper e examine todos os bolsos. Vire de ponta cabeça e sacuda bem. O saco do desespero é dolorosamente vazio.

Não é um quadro muito bonito, é? Vamos ver se podemos clareá-lo mais. Já imaginamos as emoções de alguém perdido; acha que podemos fazer o mesmo com alguém resgatado? O que seria necessário para restaurar-lhe a esperança? O que você precisaria para reenergizar a sua jornada?

Embora as respostas sejam abundantes, três chegam rápido à mente.

A primeira seria uma pessoa. Não qualquer pessoa. Você não precisa de alguém igualmente confuso. Você precisa de alguém que conheça o caminho para fora. E dele você precisa de alguma visão. Você precisa de alguém que levante o seu ânimo. Você precisa de alguém que olhe nos seus olhos e diga: "Isto não é o fim. Não desista. Há um lugar melhor que este. E eu o conduzirei para lá".

E, talvez o mais importante, você precisa de direção.

Se você tem apenas uma pessoa, mas não uma visão renovada, tudo o que você tem é companhia. Se ele tem uma visão, mas não direção, você tem um sonhador por companhia. Porém se você tem uma pessoa com direção - que possa tirá-lo deste lugar para o lugar - ah, então você tem alguém que pode restaurar-lhe a esperança.

Ou, para usar as palavras de Davi, "Ele refrigera a minha alma".

Nosso Pastor é especialista em restaurar a esperança da alma. Seja você uma ovelha perdida na borda de um penhasco, ou um no atrapalhado, sozinho na selva espessa, tudo muda quando aparece o seu Salvador.

Sua solidão diminui, porque você tem companhia.

Seu desespero decresce, porque você tem visão.

Sua confusão começa a dissipar-se, porque você tem direção.

Note, por favor: você não deixou a selva. As árvores ainda eclipsam o céu, e os espinhos ainda arranham a pele. Os animais espreitam e os roedores correm. A selva ainda é uma selva. Ela não mudou, mas você sim. Você mudou porque você tem esperança. E você tem esperança porque encontrou alguém que pode guiá-lo para fora.

Seu Pastor sabe que você não foi feito para este lugar.

Então Ele veio a fim de conduzi-lo para fora.

Ele veio para refrigerar-lhe a alma. Ele é a pessoa perfeita para fazê-lo.

Ele tem a visão correta. Ele o lembra de que você é "como peregrinos e forasteiros neste mundo" (1 Pe 2.11).

E Ele insiste para que você levante os olhos da selva à sua volta para o céu de você."Não prossiga arrastando-se com os olhos no chão, absorvido com as coisas à sua frente. Olhe para cima, e esteja alerto às coisas à roda de Cristo... Veja as coisas da perspectiva dele (Cl 3.2, traduzido da MSG).

Davi disse o mesmo deste modo:"Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do senhor, que fez o céu e a terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não tosquenejará. Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel. O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra à tua direita. O sol não te molestará de dia, nem a lua, de noite. O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua alma. O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre" (Sl 121.1-8).

Deus, o nosso libertador, tem a visão correta. Ele possui também a direção certa. Ele fez a mais audaciosa reivindicação da história do homem quando declarou: "Eu sou o caminho" (Jo 14.6). As pessoas se perguntam se a reivindicação é exata. Ele responde a indagação abrindo um caminho através da vegetação rasteira do pecado e da morte, e... escapando vivo. Ele é o único que já fez isto. E é o único que pode ajudar você e eu a fazermos o mesmo.

Ele tem a visão correta: Ele avistou a pátria. Ele possui a direção certa: Ele abriu o caminho. Porém, acima de tudo, Ele é a pessoa certa, porque Ele é o nosso Deus.

Quem melhor conhece a selva senão aquEle que a criou? E quem conhece as armadilhas do caminho melhor que aquEle que já o trilhou?

Conta-se a história de um homem num safari, na densa selva africana. O guia adiante dele possuía um facão e ia cortando a vegetação alta e espessa. O viajante, cansado e bravo, perguntou frustrado: "Onde estamos? Você sabe aonde está me levando? Cadê o caminho?" O experimentado guia parou, olhou para trás e respondeu: "Eu sou o caminho".

Indagamos a mesma coisa, não? Perguntamos para Deus:"Para onde estás me levando? Cadê o caminho?" E Ele, como o guia, não nos conta. Oh, Ele pode dar-nos uma sugestão ou duas, mas tudo. Se Ele o fizesse, entenderíamos?

Compreenderíamos situação? Não, assim como o viajante, somos alheios à selva. Então, em vez de dar-nos uma resposta, Jesus nos dá uma dádiva muito maior. Dá-nos a si mesmo.
Ele remove a selva? Não, a vegetação ainda é cerrada.

Ele elimina os predadores? Não, o perigo ainda espreita.

Jesus não dá esperança mudando a selva; Ele restaura nossa esperança dando-nos a si próprio. E Ele prometeu estar conosco até o fim. "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28.20).

Precisamos deste lembrete. Todos precisamos. Pois todos carecemos de esperança.

Alguns de vocês não precisam dela exatamente agora. Sua selva tornou-se uma campina, e sua viagem, um deleite. Se este é o seu caso, parabéns. Mas lembre-se: não sabemos o que o amanhã retém. Não sabemos aonde vai dar esta estrada. Você pode estar à curva de um cemitério, do leito de um hospital, de uma casa vazia. Você pode estar na curva da estrada para uma selva.

E embora você não necessite ter a sua esperança restaurada hoje, poderá necessitar amanhã. E você precisa saber para quem se voltar.

Ou talvez você precise hoje mesmo. Você sabe que não foi feito para este lugar. Você sabe que não está equipado. Você quer alguém que o tire daí.

Se assim é, chame por seu Pastor. Ele conhece a sua voz, e está apenas esperando por seu pedido.


Fonte: Livro - Aliviando a Bagagem de Max Lucado

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ajude os flagelados da região serrana

Sem Jesus não somos nada

Mateus 21.



  1. E, quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou, então, Jesus dois discípulos, dizendo-lhes:
  2. Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos.
  3. E, se alguém vos disser alguma coisa, direis que o Senhor os há de mister; e logo os enviará.
  4. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta, que diz:
  5. Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei aí te vem, Manso, e assentado sobre uma jumenta, E sobre um jumentinho, filho de animal de carga.
  6. E, indo os discípulos, e fazendo como Jesus lhes ordenara,
  7. Trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram as suas vestes, e fizeram-no assentar em cima.
  8. E muitíssima gente estendia as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho.
  9. E a multidão que ia adiante, e a que seguia, clamava, dizendo: Hosana ao Filho de Davi; bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!
  10. E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, dizendo: Quem é este?
  11. E a multidão dizia: Este é Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia.
Lindos versículos. Eu vou falar da jumenta que foi levada até Jesus, repare que a Bíblia não fala muito dessa jumenta; nós sabemos que ela estava presa junto à um jumentinho e Jesus mandou que fossem buscá-la.
Sobe Jesus em cima da jumenta, e começa a entrar na cidade de Jerusalém. E quando está chegando na cidade, as pessoas estendem as suas vestes pelo caminho e colocam folhas de palmas para Jesus. Mas na verdade, não é Jesus quem pisa nas roupas e folhas de palmas, quem pisa é a jumenta, e eu imagino que muitos tocaram na jumenta, quando a jumenta passava eles batiam palmas e se alegravam. Após Jesus entrar na cidade, ele desce da jumenta e aquele animal volta à sua rotina de jumento.


Tocavam na jumenta, mas na verdade queriam tocar em Jesus, aplaudiam quando a jumenta passava, mas estavam aplaudindo porque Jesus estava em cima dela, espalhavam folhas de palmas e suas vestes para a jumenta pisar, mas na verdade eles estavam fazendo isso por Jesus.


Assim é a nossa vida, assim somos nós; enquanto Jesus estiver por cima de nós, vamos pregar lindos sermões, e, talvez, nos aplaudam, mas esses aplausos são para Jesus, estão se alegrando com o que fazemos porque Jesus está acima de nós. Antes de Jesus estar acima de nós, à exemplo da jumenta, não éramos nada. Mas, agora que Jesus é o Senhor das nossas vidas, somos usados, expulsamos demônios e falamos novas línguas, oramos pelos enfermos e eles são curados. Mas tudo isso é só porque Jesus está acima de nós. Se Jesus sair das nossas vidas, se não estivermos com Ele, não seremos usados, nada acontece. Não se engrandeça se você é usado por Deus, não se exalte, não se glorifique. O que você faz é porque Jesus está acima de você. Os elogios que te fazem, na verdade o fazem para Jesus. Portanto tenha sempre em mente que se estão aplaudindo, e se alegrando com você, é porque na verdade, Jesus está acima de você.


Por Pb. Silvio Luis

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 5º Capítulo - Eu lhe darei descanso

5 - Eu lhe Darei Descanso

O Fardo do Cansaço

Deitar-me faz em verdes pastos...
Salmos 23.2
Darei a você as conseqüências da carga; você adivinha a causa.

Ela aflige 70 milhões de americanos e é culpada de 38.000 mortes por ano.

A condição custa, anualmente, os U.S. $70 bilhões equivalente a produtividade.

Adolescentes sofrem deste mal. Os estudos revelam que 64% dos adolescentes responsabilizam-na pelo baixo rendimento escolar.

Pessoas de meia-idade a enfrentam. Os pesquisadores afirmam que os casos mais severos ocorrem entre trinta e quarenta anos.

Cidadãos mais velhos são afligidos por ela. Um estudo sugere que a condição atinge 50% da população com mais de sessenta e cinco anos.

Os tratamentos envolvem desde vigilantes do peso a chás de ervas.

Alguma idéia do que está sendo descrito?

Abuso de substância química? Divórcio? Sermões longos? 

Nenhuma destas respostas está correta, embora a última seja uma boa intuição. A resposta pode surpreender você. Insônia.

A América não pode dormir.

Durante a maior parte da minha vida, eu secretamente ri da idéia de se ter dificuldade para dormir. Meu problema era não cair no sono. Minha dificuldade era permanecer acordado. Há alguns anos, porém, fui para a cama uma noite, fechei os olhos, e nada aconteceu. Não peguei no sono. Em vez de reduzir a marcha e entrar em descanso, minha mente engrenou. Mil e uma obrigações vieram-me à cabeça. A meia-noite passou e eu ainda estava acordado. Tomei um pouco de leite e voltei à cama. 

Continuei desperto. Acordei Denalyn, usando a mais premiada das perguntas tolas: "Você está acordada? "Ela disse-me para deixar de pensar nas coisas. Eu o fiz. Parei de pensar nas coisas e comecei a pensar nas pessoas. Não obstante, enquanto pensava nas pessoas, pensava no que elas estavam fazendo. Elas estavam dormindo. Aquilo me deixou bravo e me manteve acordado. 

Finalmente, lá pelas tantas da madrugada, havendo sido introduzido na associação de 70 milhões de americanos insones, adormeci.

Nunca mais ri à idéia de se ter dificuldade em dormir. 

Nem mais questionei a inclusão do versículo sobre descanso no Salmo 23.

Pessoas com trabalho demais e sono de menos apressam-se para a bagagem da vida e agarram o fardo do cansaço. Este você não carrega. Este você não levanta sobre os ombros e caminha pelas ruas. Você o arrasta como um obstinado são-bernardo. 

Cansaço e fadiga.

Por que estamos tão cansados? Você tem lido o jornal ultimamente? Ambicionarmos ter a vida de Huckleberry Finn e Tom Sawyer no Mississipi, mas olhe para nós sobre as águas brancas do rio Grande. Bifurcações no rio. Rochas na água. Ataques cardíacos, traições, débitos no cartão de crédito, batalhas por custódia.

Huck e Tom não têm de enfrentar este tipo de coisa. Nós temos, e elas mantêm-nos acordados. E já que não podemos dormir, temos um segundo problema.

Nossos corpos estão cansados. Pense a respeito. Se setenta milhões de americanos não estão dormindo o suficiente, o que isto significa? Que um terço de nosso país está dormitando no trabalho, cochilando durante a aula, ou dormindo ao volante (1.500 mortes na estrada, por ano, são causadas por motoristas sonolentos). Alguns modorram até enquanto lêem os livros de Lucado (Difícil penetrar, eu sei). Trinta toneladas de aspirinas, tranqüilizantes e pílulas para dormir são consumidas a cada dia! O medidor de energia no painel de nossa testa anuncia: vazio.

Convidássemos um alienígena para resolver nossos problemas, e ele sugeriria uma solução simples: vá todo mundo dormir. Nós riríamos dele. Ele não entende o modo como trabalhamos. Trabalhamos duro. Há dinheiro a ser ganho. Degraus a serem conquistados. Escadas a serem galgadas. Em nossa cartilha, ocupação está ligada a religiosidade. Idolatramos Thomas Edson, que alegava poder viver com quinze minutos de sono. De qualquer modo, esquecemos de mencionar Albert Einstein, que tirava, em média, onze horas de sono por dia. Em 1910, os americanos dormiam nove horas por dia; hoje, dormimos sete, e sentimo-nos orgulhosos disto. E estamos cansados por causa disto. Nossas mentes estão cansadas. Nossos corpos estão cansados. Porém muito mais importante, nossas almas estão cansadas.

Somos criaturas eternas, e fazemos perguntas eternas: 

De onde vim? Para onde vou? Qual o significado da vida? O que é certo? O que é errado? Há vida após a morte? Estas são as indagações primordiais da alma. E, deixadas sem respostas, tais questões roubar-nos-ão o descanso.

Apenas uma outra criatura tem tantos problemas quanto nós, sobre o descanso. Não os cachorros. Eles cochilam. Não os ursos. Eles hibernam. Os gatos inventaram a soneca, e o bicho preguiça descansa vinte horas por dia (Então é isto o que eu era em meu segundo ano de faculdade). A maioria dos animais sabe como descansar. 

Existe apenas uma exceção. Estas criaturas são lanosas, simplórias e vagarosas. Não, não são maridos em dias de sábado. Ovelhas! Ovelhas não podem dormir.

Para uma ovelha dormir, tudo precisa estar muito bem. 

Nada de predadores. Nenhuma tensão no rebanho. Nenhum inseto no ar. Nenhuma fome no estômago. Tudo tem de estar perfeito. 

Infelizmente, ovelhas não conseguem achar pastos seguros. Nem podem passar inseticida, lidar com os atritos, ou encontrar comida. Elas precisam de ajuda. 

Precisam de um pastor que "as guie" e as ajude a "deitar-se em pastos verdes". Sem um pastor, elas não podem descansar.

Sem um pastor, nem nós podemos.

No segundo verso do Salmo 23, Davi, o poeta, torna-se Davi, o artista. Sua pena torna-se um pincel, seu pergaminho, uma tela, e as suas palavras pintam um quadro. Um rebanho de ovelhas deitadas sobre as patas, rodeando um pastor. Os ventres aninhados na grama alta. 

Uma lagoa quieta de um lado, o pastor vigilante do outro. 

Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranqüilas" (Sl 23.2).

Atente para os dois pronomes ocultos antes do verbo. 

Ele deitar-me faz... Ele guia-me...

Quem é o ativo? Quem está no comando? O pastor. O pastor escolhe a trilha e prepara a pastagem. O trabalho da ovelha - nosso trabalho - é olhar para o pastor. Com os olhos em nosso Pastor, seremos capazes de tirar uma soneca.

"Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti" (Is 26.3).

Posso mostrar-lhe algo? Corra ao final deste livro e olhe para uma página vazia. Enquanto olha para ela, o que você vê? Você vê um pedaço de papel branco. Agora faça um ponto no centro da folha. Olhe novamente. O que você vê agora? Você vê o ponto, não é? E não é este o nosso problema? Nós deixamos as marcas escuras eclipsar o espaço branco.

Nós vemos as ondas da água em vez de ver o Salvador andando sobre elas. Focalizamos nossa irrisória provisão, em vez de olhar para aquele que pode alimentar cinco mil pessoas famintas. Concentramo-nos na escura sexta-feira da crucificação, e perdemos o brilhante domingo da ressurreição.

Mude sua focagem e relaxe.

E enquanto relaxa, mude sua agenda e descanse!

Outro dia minha esposa encontrou uma amiga num restaurante para um café. Ambas entraram no estacionamento ao mesmo tempo. Quando Denalyn desceu do carro, viu sua amiga acenando. Denalyn achou que ela estivesse falando alguma coisa, mas não podia ouvir uma palavra. Uma britadeira estava triturando o pavimento a apenas alguns passos dali. Ela caminhou até sua amiga, que, pelo jeito, estava somente dizendo oi, e ambas entraram no restaurante.

Na hora de sair, minha esposa não conseguia encontrar as chaves. Ela procurou na bolsa, no chão e no carro da amiga. Finalmente, ao entrar no próprio carro, lá estavam elas. Não apenas as chaves estavam na ignição, mas o carro estava ligado. Ele estivera ligado o tempo todo em que elas permaneceram no café.

Denalyn culpou o barulho pelo descuido. "Estava tudo tão barulhento, que me esqueci de desligá-lo".

O mundo faz assim. A vida pode ser tão barulhenta, que nos esquecemos de fechá-la. Talvez seja por isso que Deus tratou de forma tão enfática o descanso, nos Dez Mandamentos.

Já que você foi tão bem no exercício do ponto, deixe-me passar-lhe outro. Das dez declarações entalhadas nas tábuas, qual ocupa mais espaço? Assassinato? Adultério? 

Roubo? Você achará que sim. Certamente, cada uma é merecedora de ampla cobertura. Porém, curiosamente, estes comandos são tributos à brevidade. Deus precisou apenas de duas palavras, no português, para condenar o adultério, bem como para denunciar o furto e o assassinato.

Mas quando chegou ao tópico do descanso, uma sentença não seria suficiente.

Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou (Êx 20.8-11).

Deus nos conhece bem. Ele pode ver o dono do armazém lendo este versículo e pensando, "Alguém precisa trabalhar nesse dia. Se eu não posso, meu filho o fará". 

Então Deus diz, Nem o teu filho. Então minha filha o fará". Nem a tua filha. "Bem, talvez um empregado. Nem eles. "Aposto como terei de mandar minha vaca cuidar da loja, ou talvez eu arranje algum estrangeiro para ajudar-me". Não, proíbe Deus. Um dia da semana você dirá não ao trabalho e sim à adoração. Você reduzirá o ritmo, sentar-se-á, e deitar-se-á, e descansará.

Ainda objetamos. "Mas... mas... mas... quem ficará na loja?" "E quanto às minhas notas?" "Tenho a minha cota de vendas". Apresentamos uma razão após a outra, porém Deus silencia todas elas com uma pujante lembrança: "Em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou". A mensagem de Deus é clara: "Se a criação não se espatifou quando eu descansei, não se espatifará quando você o fizer".

Repita comigo estas palavras: Não é minha ocupação cuidar do mundo.

Cerca de dois séculos atrás, Charles Spurgeon deu este conselho aos seus aprendizes de pregador:

Até os burros de carga devem se virar para a grama ocasionalmente; o próprio mar faz uma pausa no fluxo e refluxo; a terra guarda o sábado dos meses de inverno; e o homem, mesmo quando elevado a embaixador de Deus, deve descansar ou desfalecer, deve atiçar o lume de sua lâmpada ou deixá-la apagar; deve recuperar seu vigor ou envelhecer prematuramente... Na longa caminhada, devemos nos empenhar para de vez em quando fazer menos.

O arco não pode estar sempre tenso sem temer quebrar. 

Para um campo produzir frutos, ele deve ocasionalmente descansar sem cultivo. E para que você seja saudável, deve descansar. Diminua o ritmo, e Deus curará você. Ele trará descanso à sua mente, ao seu corpo, e, acima de tudo, à sua alma. Ele conduzirá você por verdes pastos.

Pastagens verdes não eram o relevo natural da Judéia. 

Os montes à volta de Belém, onde Davi guardava o seu rebanho, não eram verdes e viçosos. Ainda hoje, eles são pálidos e tostados. Qualquer pasto verde na Judéia é trabalho de algum pastor. Ele limpou o terreno tosco e rochoso. Os tocos foram arrastados, e os galhos, queimados. Irrigação. Cultivo. Assim é o trabalho de um pastor.

Portanto, quando Davi diz: "Deitar-me faz em verdes pastos", está dizendo: "Meu pastor me faz deitar em seu trabalho terminado". Com suas próprias mãos furadas, Jesus criou um pasto para a alma. Ele arrancou a espinhosa vegetação rasteira da condenação. Desprendeu o imenso seixo de pecado. Em seu lugar, Ele plantou sementes de graça e cavou tanques de misericórdia.

E Ele nos convida a descansar lá. Pode você imaginar a satisfação no coração do pastor quando, com o trabalho terminado, vê suas ovelhas descansar no gramado tenro?

Pode você imaginar a satisfação no coração de Deus quando fazemos o mesmo? Suas pastagens são presentes dEle para nós. Não é um pasto que você tenha feito. Nem é um pasto que você mereça. É uma dádiva de Deus. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus" (Ef 2.8).

Em um mundo pedregoso, com uma humanidade falha, há uma terra viçosa com mercê divina. Seu Pastor o convida para lá. Ele quer que você se deite. Aninhe-se profundamente, até ficar escondido, enterrado, nos altos brotos do seu amor, e lá você achará descanso.


Fonte: Livro Aliviando a Bagagem - Max Lucado

domingo, 16 de janeiro de 2011

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 4º Capítulo - A prisão do querer

4 - A Prisão do Querer

O Fardo do Descontentamento

O Senhor é meu pastor; nada me faltará...
Salmos 23.1
Venha comigo à prisão mais populosa do mundo. A instituição tem mais ocupantes que beliches. Mais prisioneiros que pratos. Mais residentes que recursos.

Venha comigo à prisão mais opressiva do mundo. Apenas pergunte aos ocupantes; eles lhe dirão. Eles estão extenuados e subnutridos. Suas paredes são nuas, e as beliches, duras.

Nenhuma prisão é tão populosa, nenhuma é tão opressiva, e, além disso, nenhuma é tão permanente. A maioria dos ocupantes nunca sai. Eles nunca escapam. Nunca são soltos. Eles cumprem uma sentença de vida nesta abarrotada e mal-provida instituição.

O nome da prisão? Você o verá na entrada. Em forma de arco-íris, acima do portão, seis letras em ferro fundido expressam-lhe o nome:

QUERER
A prisão do querer. Você tem visto seus prisioneiros. 

Eles estão "em querer". Eles querem alguma coisa. Querem algo maior. Mais bonito. Mais rápido. Mais magro. Eles querem.

Eles não querem muito, objeta você. Querem apenas uma coisa. Um novo emprego. Uni novo carro. Uma nova casa. Um novo cônjuge. Eles não querem muito. Querem apenas um.

E quando eles tiverem "um", serão felizes. E eles estão certos - eles serão felizes. Quando eles tiverem "um", sairão da prisão. Então acontece. O cheiro de carro novo passa. O novo emprego fica velho. O vizinho compra uma televisão maior. O novo cônjuge possui maus hábitos. As expectativas goram, e antes que se perceba, outro ex-condenado quebra a liberdade condicional e retorna à Cadeia.

Você está na prisão? Está se você se sente melhor quando tem mais, e pior, quando tem menos. Se o contentamento é uma libertação remota, uma transferência distante, um prêmio ao longe, uma renovação afastada. Se a sua felicidade vem de algo que você deposita, dirige, bebe ou digere, encare os fatos - você está numa prisão, a prisão do querer.

Esta é a má notícia. A boa é: você tem uma visita. E a sua visita tem uma mensagem que pode pô-lo em liberdade. 

Percorra o caminho até a recepção. Sente-se em sua cadeira, e olhe através da asa para o salmista Davi. Ele acena para que você se incline à frente. "Tenho um segredo para você", cochicha ele, "o segredo da satisfação". "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará" (Sl 23.1). Davi encontrou a pastagem onde os descontentes vão morrer. É como se ele estivesse dizendo: "O que tenho em Deus é maior e o que não tenho na vida".

Acha que você e eu poderíamos aprender a dizer o mesmo? 

Pense por um momento nas coisas que você possui. Pense na casa que você tem, no carro que você dirige, no dinheiro que você guardou. Pense nas jóias que você herdou, nas ações que você negociou e nas roupas que você comprou. 

Visualize todos os seus bens, e deixe-me dizer-lhe duas verdades bíblicas. 

Seus bens não são seus. Pergunte a qualquer juiz investigador de artes suspeitas. Pergunte a qualquer embalsamador. Pergunte a qualquer diretor de casa funerária. Ninguém leva nada consigo. 

Quando John D. Rockefeller, um dos homens mais ricos da história, morreu, seu contador foi interrogado:"Quanto John D. deixou?" A resposta do contador: "Tudo!"'

"Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e nada tomará do seu trabalho que possa levar na sua mão" (Ec 5.15).

De todos estes bens, nada é seu. E sabe o que mais sobre estes bens? Eles não são você. Quem você é não tem nada a ver com as roupas que você usa ou com o carro que você dirige. Jesus avisou: "A vida de qualquer não consiste na abundância do que possui" (Lc 12.15). Deus não conhece você como o companheiro com o terno elegante, ou a mulher com a casa grande, ou a criança com a bicicleta nova. Deus conhece o seu coração. "O Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1 Sm 16.7). Quando Deus considera sobre você, Ele pode ver sua compaixão, sua devoção, sua brandura, ou agudeza mental, mas não pensa em suas coisas.
E quando você reflete sobre si, deveria fazer o mesmo. 

Defina a si mesmo pelo que possui, e se sentirá bem quando tiver muito, e mal, quando não tiver. O contentamento vem quando podemos, honestamente, dizer como Paulo: "Já aprendi a contentar-me com o que tenho...  Estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância quanto a padecer necessidade" (Fp 4.11,12).

Doug McKnight podia dizer estas palavras. Aos trinta e dois anos, ele recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla. Pelos próximos dezesseis anos, isto lhe custaria a sua carreira, a sua mobilidade, e eventualmente a sua vida. Por causa da doença, ele não podia alimentar-se sozinho ou andar; ele combateu a depressão e o medo.

Contudo, do começo ao fim, Doug nunca perdeu o seu senso de gratidão. A evidência disto via-se em sua lista de oração. Amigos a congregação pediram-lhe para compilar uma lista de pedidos, e assim poderem orar por ele. Sua resposta incluía dezoito bênçãos pelas quais agradecer, e seis assuntos pelos quais orar. Suas bênçãos excediam três vezes as suas necessidades. Doug McKnight tinha aprendido a estar contente. 

De igual modo aprendera a leprosa da ilha de Tobago. Um missionário conheceu-a numa de suas viagens. No final do dia, estava liderando a adoração numa colônia de leprosos, e indagou se alguém tinha urna canção favorita. Foi então que uma mulher se voltou e ele viu a face mais desfigurada que jamais vira. Ela não tinha orelhas nem nariz. Seus lábios já não existiam. Contudo, ela levantou uma das mãos sem dedos e pediu: "Poderíamos cantar Conta as bênçãos?"

O missionário começou a canção, mas não pôde terminá-la. Mais tarde, alguém comentou: "Suponho que você nunca mais será capaz de cantar este hino novamente". Ao que ele respondeu: Não, eu o cantarei novamente. Mas nunca mais da mesma forma.

Você está esperando que uma mudança nas circunstâncias traga mudança à sua atitude? Se assim é, você está na prisão, e precisa conhecer um segredo sobre viajar sem bagagem. O que você tem no seu pastor é maior do que o que você não tem na vida. 

Posso intrometer-me por um instante? Qual é a única coisa que separa você da alegria? Como você completaria a frase: “Serei feliz quando"? Quando eu for curado. Quando eu for promovido. Quando me casar. Quando eu ficar solteiro. Quando eu for rico. Como você completaria esta declaração?

Agora, com a sua resposta firme na mente, responda esta: Se você nunca tirar a sorte grande, se o seu sonho nunca se tornar realidade, se a situação nunca mudar, poderá você ser feliz? Se não, você está dormindo na fria cela do descontentamento. Você está na prisão. E você precisa saber o que você tem no seu Pastor.

Você tem um Deus que o escuta; tem o poder do amor atrás de você, o Espírito Santo dentro de você, e todo o céu dentro de você. Se você tem o Pastor, você possui graça para cada pecado, direção para cada curva, luz para cada canto, e uma âncora para cada tempestade. Você tem tudo o que precisa.

E quem pode tirá-lo de você? Pode a leucemia infectar a sua salvação? Pode a bancarrota empobrecer suas orações? Um tornado pode levar-lhe a casa terrena, mas tocaria ele o seu lar celestial?

E olhe para a sua posição. Por que o clamor por prestígio e poder? Você já não se sente privilegiado por ser parte do maior trabalho da história?

De acordo com Russ Blowers, nós somos. Ele é um ministro em Indianápolis. Sabendo que seria interrogado na reunião do Rotary Club acerca de sua profissão, resolveu dizer mais que "Eu sou um pregador".

Em vez disso, ele explicou: "Oi, sou Russ Blowers. 

Estou num empreendimento global. Temos ramificações em cada país do mundo. Temos representantes em quase todos os parlamentos da terra, bem como nas salas de reunião de diretoria. Somos pela motivação e alteração de comportamento. Movimentamos hospitais, postos de alimentação, centros de gravidez de risco, universidades, editoras e casas de saúde. Cuidamos de nossos clientes do nascimento à morte. Gostamos de seguro de vida e seguro contra incêndio. Realizamos transplante espiritual de coração. Nossa Organização original possui todos os bens imóveis da terra mais um sortimento de galáxias e constelações. Ele conhece todas e vive em toda parte. Nosso produto é gratuito (Não existe dinheiro suficiente para comprá-lo). Nosso Comandante nasceu numa cidade rústica, trabalhou como carpinteiro, não tinha uma casa, era mal-compreendido por sua família e odiado por seus inimigos, andou sobre as águas, foi condenado à morte sem julgamento, e ressuscitou da morte. Eu falo com Ele todos os dias". 

Se você pode dizer o mesmo, não tem razão para estar contente?

Certa vez um homem foi pedir conselho a um pastor. Ele achava-se no meio de um colapso financeiro. "Perdi tudo", lamentou ele.

“Oh, estou tão triste por você ter perdido a sua fé".

“Não, corrigiu o homem, "não perdi a minha fé".

“Bem, então sinto muito por você ter perdido o seu caráter". 

“Eu não disse isto", tornou a corrigir ele. "Ainda tenho o meu caráter”.

“Que pena você ter perdido a sua salvação".

“Não foi isto o que eu disse", objetou o homem. "Não perdi a salvação".

“Você tem a sua fé, o seu caráter, a sua salvação.

“Parece-me", falou o ministro, "que você não perdeu nenhuma das coisas que realmente importam".

Nem nós as perdemos. Você e eu poderíamos orar como o puritano. Ele sentava-se para uma refeição de pão e água, curvava a cabeça e dizia: "Tudo isto e Jesus também!"

Não podemos estar igualmente satisfeitos? Paulo declarou que “ é grande ganho a piedade com contentamento" (1 Tm 6.6). Quando entregamos a Deus o incômodo fardo do descontentamento, não apenas desistimos de algo, mas ganhamos alguma coisa. 

Deus o substitui por um que seja leve, feito sob medida, à prova de tristeza e adicto da gratidão.

O que você ganhará com o contentamento? Poderá ganhar o seu casamento. Poderá ganhar horas preciosas com os seus filhos. Poderá ganhar o seu auto-respeito. Poderá ganhar alegria. Poderá ganhar a fé para dizer: "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará".

Tente dizê-lo bem devagar: "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará".

Novamente: "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará".

De novo: "O Senhor é o meu pastor; nada me faltará".

Shhhhh. Ouviu alguma coisa? Acho que ouvi. Não tenho certeza... mas acho que ouvi a porta de uma prisão se abrindo.


Fonte: Livro Aliviando a Bagagem de Max Lucado