Entre em contato com o Presbítero Silvio Luis

Entre em contato com o Presbítero Silvio Luis
Email: slluisramos@gmail.com
Cel. (21) 986017617 (Oi)
Cel. (21) 96835-5541 (claro)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 12º Capítulo - Do pânico à paz


12 - Do Pânico à Paz

O Fardo do Medo

Não temerei mal algum...
Salmos 23.4
É a expressão de Jesus que nos intriga. Nunca vimos a sua face desse jeito.

Jesus sorrindo, sim.
Jesus chorando, realmente.
Jesus severo, até isto.

Mas Jesus angustiado? Bochechas estriadas de lágrimas?

Faces inundadas de suor? Arroios de sangue escorrendo de seu queixo? Você recorda a noite.

Jesus deixou a cidade e foi para o Monte das Oliveiras, como geralmente fazia, e seus seguidores foram com Ele, "orar para não entrar em tentação".

Então Jesus afastou-se deles cerca de um tiro de pedra.

Ajoelhou-se e orou: "Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua".

Então um anjo do céu lhe apareceu e o confortava. Cheio de dor, Jesus orou ainda mais intensamente. Seu suor era como gotas de sangue caindo ao chão. (Lc 22.39-44).

A Bíblia que eu carregava quando criança continha uma figura de Jesus no jardim do Getsêrnani. Sua face era suave, suas mãos, sossegadamente dobradas, como se Ele estivesse ajoelhado junto à pedra, e orasse. Jesus parecia sereno. Uma leitura dos evangelhos rachou aquela imagem. Marcos diz: “Prostrou-se em terra” (Mc 14.35). Mateus conta que Jesus “começou a entristecer-se e a angustiar-se muito... até a morte” (Mt 26.37,38). De acordo com Lucas, Jesus estava “em agonia”(Lc 22.44).

Equipado com estas passagens, como você pintaria esta cena? Jesus estirado no chão? Rosto no pó? Mãos estendidas, agarrando a grama? Corpo sacudido pelos soluços? Face tão torcida quanto as oliveiras que o cercavam?

O que fazemos com esta imagem de Jesus?

Simples. Voltamo-nos para ela quando enfrentamos o mesmo. Nós a lemos quando experimentamos o mesmo; a lemos quando sentimos medo. Pois não foi o medo uma das emoções que Jesus experimentou? Alguém pode até argumentar que o medo foi uma emoção primária. Ele viu alguma coisa no futuro tão aterradora, tão agourenta, que implorou por uma mudança nos planos. “Pai, se queres, passa de mim este cálice” (Lc 22.42).

O que levaria você a fazer a mesma oração? Embarcar num avião? Enfrentar uma multidão? Falar em público? Assumir um emprego? Casar-se? Dirigir numa auto-estrada? A origem de seu medo pode parecer insignificante para os outros.

Mas para você, ela o faz gelar de medo, faz o seu coração pular, e o sangue subir-lhe às faces. Foi o que aconteceu a Jesus.

Ele estava tão temeroso, que sangrou. Os médicos descrevem esta condição como hematidrose. Uma ansiedade muito forte libera substâncias químicas que rompem os vasos capilares das glândulas sudoríparas. Quando isto ocorre, o suor brota tingido de sangue.

Jesus estava mais que ansioso; estava amedrontado. O medo é o grande irmão da preocupação. Se a preocupação é um saco de aniagem, o medo é um caminhão de concreto. Ele não sairá do lugar.

Quão notável é que Jesus tenha sentido tal medo. Mas que bom que Ele nos contou sobre isto. Tendemos a fazer o contrário. Encobrir nossos medos. Ocultá-los. Mantemos as palmas suadas nos bolsos, e a náusea e a boca seca em segredo. Não assim com Jesus. Não vimos uma máscara de força; ouvimos uma petição por força.

“Pai, se queres, passa de mim este cálice”. O primeiro a ouvir seus temores foi o Pai. Ele poderia ter ido à sua mãe. Poderia ter confiado em seus discípulos. Poderia ter convocado uma reunião de oração. Tudo isto teria sido apropriado, mas nada disso era prioridade sua. Ele foi primeiro ao seu Pai.

Oh, nós, ao contrário, tendemos ir a toda parte!

Primeiro ao bar, ao conselheiro, ao livro de auto-ajuda, ao amigo próximo. Jesus não. O primeiro a ouvir seus temores foi o Pai no céu.

Um milênio antes, Davi estava insistindo para que o amedrontado fizesse o mesmo. “Não temerei mal algum”.

Como pôde Davi fazer tal asserção? Porque ele sabia para onde olhar. “Tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.”

Antes de volver-se para outra ovelha, Davi voltou-se ao Pastor. Em vez de fixar o problema, ficou o cajado e a vara. Porque sabia para onde olhar, Davi foi capaz de dizer, “Não temerei mal algum”.

Conheço um camarada que tinha medo de multidão. Quando cercado de muita gente, o seu fôlego tornava-se curto, o pânico se manifestava, e ele recebeu alguma ajuda de um companheiro de golfe.

Ambos estavam em um cinema, esperando a sua vez de entrar, quando o medo atacou de novo. A multidão os cercava como uma floresta. Ele que sair, e sair rápido.
Seu amigo lhe disse para respirar fundo algumas vezes. Então ajudou-o a lidar com a crise, lembrando-o do curso de golfe.

"Quando você está batendo a bola para fora do rough, e se acha cercado de árvores, o que você faz?"

"Olho para uma clareira".

"Você não olha para as árvores?"

"Claro que não. Encontro uma passagem e me concentro em impelir a bola através dela".

"Faça o mesmo na multidão. Quando sentir o pânico, não se fixe nas pessoas; concentre-se na fresta".

Bom conselho no golfe. Bom conselho na vida. Em vez de fixar-se no medo, focalize a solução.

Foi o que Jesus fez.

E é o que o autor da Carta aos Hebreus nos instiga a fazer.

"...corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, o autor e consumador da fé" (Hb 12.1,2). O escritor de Hebreus não era um jogador de golfe, mas pode ter sido um corredor, porque fala de um corredor e de um precursor. O precursor é Jesus, o autor e consumador da nossa fé. Ele é o autor - isto é, Ele escreveu o livro da salvação. E Ele é o  consumador - Ele não apenas fez o mapa, mas abriu o caminho. Ele é o precursor, e nós, os corredores. E como corredores, somos instados a manter os olhos em Jesus.

Eu sou um corredor. Na maioria das manhãs, arrasto-me para fora da cama e vou para a rua. Não corro rápido. E, comparado aos maratonistas, não vou longe. Não obstante, eu corro. Corro porque não gosto de cardiologistas. Nada pessoal, entenda. E só porque venho de uma família que os mantém ocupados. Um deles disse ao meu pai que ele precisava aposentar-se. Outro abriu o peito de minha mãe e de meu irmão. Quero ser o membro da família que não manténs o número do cárdio-cirurgião no automático do telefone.

Visto que as doenças cardíacas andam em nossa família, eu corro em nossa vizinhança. Quando o sol está se levantando, eu estou correndo. E enquanto estou correndo, meu corpo está gemendo. Ele não quer cooperar. Meus joelhos doem. Meus quadris enrijecem. Meus calcanhares reclamam. As vezes um transeunte ri de minhas pernas, e meu ego dói.

As coisas doem. E porque as coisas doem, aprendi que tenho três opções. Ir para casa (Denalyn riria de mim).

Meditar em minhas dores até imaginar que estou tendo dores no peito (Pensamento agradável).

Ou posso continuar correndo e ver o sol levantar. Minha trilha dirige-se ao oriente o suficiente para dar-me assento na fileira da frente para o milagre matinal de Deus. Se eu olho o mundo de Deus ir das sombras para o ouro? Adivinhe. O mesmo acontece à minha atitude. A dor passa e as juntas se soltam, e antes que eu perceba, a corrida já passou da metade e a vida não está meio ruim. Tudo melhora quando fito meus olhos no sol.

Não é este o conselho da Epístola aos Hebreus - "olhando para Jesus”? Qual era o foco de Davi? "Tu estás comigo: a tua vara e o teu cajado me consolam".

Como Jesus suportou o terror da crucificação? Ele foi primeiro ao Pai com os seus temores. Ele modelou as palavras do Salmo 56.3: "No dia em que eu temer, hei de confiar em ti".

Faça o mesmo com os seus medos. Não evite os jardins do Getsêmani da vida. Entre neles. Tão-somente não entre sozinho. E uma vez lá, seja honesto. Esmurrar o chão é permitido. Lágrimas são admitidas. E se você suar sangue, não será o primeiro.

Faça o que Jesus fez: abra o seu coração.

E seja específico. Jesus foi. "Toma este cálice", orou Ele. Dê a Deus o número do vôo. Conte-lhe a duração do discurso. Parti-lhe os detalhes da transferência do emprego. Ele tem muito tempo. E também tem muita compaixão.

Ele não acha que os seus temores sejam tolos e simplórios. Ele não lhe dirá, "Anda logo!" ou "Seja duro". Ele esteve onde você está. Ele sabe como você se sente.

E Ele sabe o que você precisa. É por isto que pontuamos nossa oração conto Jesus fez: "Se tu queres...".

Deus quer? Sim e não. Ele não tirou a cruz, mas tirou o medo. Deus não acalmou a tempestade, mas acalmou o marinheiro.

Quem diz que Ele não fará o mesmo por você?

"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças" (Fp 4.6). Não mensure o tamanho das montanhas; fale com aquEle que pode movê-las. Em vez de carregar o mundo nos ombros, fale com aquEle que sustém o universo sobre os dEle. Esperança é uma olhada adiante.

Agora, para onde você está olhando?

Fonte: Livro "Aliviando a Bagagem" de Max Lucado

Nenhum comentário:

Postar um comentário