Entre em contato com o Presbítero Silvio Luis

Entre em contato com o Presbítero Silvio Luis
Email: slluisramos@gmail.com
Cel. (21) 986017617 (Oi)
Cel. (21) 96835-5541 (claro)

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Aliviando a bagagem - Max Lucado - 13º Capítulo - Noites silenciosas e Dias Solitários


13 - Noites Silenciosas e Dias Solitários

O Fardo da Solidão

Tu estás comigo...
Salmos 23.4
Um dos meus amigos trabalhava numa farmácia enquanto freqüentava a Universidade do Texas. A ocupação principal de Steve era entregar suprimentos nas casas de saúde, em Austin.

Uma tarefa adicional, entretanto, envolvia unia curta viagem ali perto.

A cada quatro dias, ele punha nos ombros um grande cântaro de água e o carregava por mais ou menos vinte e cinco metros, para um edifício atrás da farmácia. A cliente era uma velha senhora, talvez em seus setenta anos, que morava sozinha num escuro apartamento, desprovido e sujo. Uma única lâmpada pendia do teto. O papel de parede era manchado e descascado. As venezianas viviam cerradas, e o aposento era sombrio. Steve entregava o cântaro, recebia o pagamento, agradecia a mulher, e ia embora.

Depois de algumas semanas, ele ficara intrigado com a compra dela. Sabia que a mulher não tinha outra fonte de água. Ela contava com a sua entrega para quatro dias de lavar, banhar e beber. Singular escolha. A água municipal era mais barata. A cidade teria cobrado dela doze ou quinze dólares por mês; seus gastos na farmácia somavam cinqüenta dólares ao mês. Por que ela não escolhia a fonte menos cara?

A resposta estava no sistema de entrega. Sim, a água da cidade custava menos. Porém a cidade mandava apenas a água; não enviava uma pessoa. Ela preferia pagar mais e ver um ser humano que pagar menos e não ver ninguém.

Pode alguém ser tão só?

Parece que Davi era. Alguns de seus salmos dão a sensação de um carvalho solitário numa invernada.

Olha para mim e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito (Sl 25.16).

Já estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas.

Já os meus olhos estão consumidos pela mágoa e têm envelhecido por causa de todos os meus inimigos (S1 6.6,7).

Davi sabia o que era sentir-se solitário... traído.

Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, a minha veste era pano de saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio.

Portava-me com ele como se fora meu irmão ou amigo; andava lamentando e muito encurvado, como quem chora por sua mãe.

Mas eles com a minha adversidade se alegravam e se congregavam; os abjetos se congregavam contra mim, e eu não sabia; rasgavam-me e não cessavam.

Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes conta mim.

SENHOR, até quando verás isto? (Sl 35.13-17).

Davi conhecia o sentimento de solidão.

Conhecera-o em sua família. Ele era um dos oito filhos de Jessé. Quando, porém, o profeta Samuel pediu para ver os meninos de Jessé, ele foi deixado de lado. O profeta contou e perguntou se não havia outro filho em algum lugar. Jessé estalou os dedos como se houvera esquecido as chaves: "Ainda falta o menor, e eis que apascenta as ovelhas" (1 Sm 16.11).

A expressão de Jessé, "o menor", não foi elogiosa. Ele disse literalmente, "Ainda tenho o tampinha". Alguns de vocês foram o tampinha em sua família. O tampinha é aquele que os outros têm de tolerar e tomar conta. E naquele dia, o tampinha foi deixado de fora. Como você se sentiria se uma reunião de família fosse convocada, e o seu nome esquecido?

As coisas não melhoraram quando ele mudou de lar.

Sua inclusão na família real foi idéia do rei Saul. E a sua exclusão também. Não se houvesse abaixado, e Davi teria sido espetado na parede com a lança do ciumento Saul. Porém Davi realmente se abaixou, e realmente correu. Por dez anos ele correu.

No deserto, ele correu. Dormindo em cavernas, sobrevivendo aos animais selvagens. Ele foi odiado e caçado como um chacal.

Davi não era desconhecido da solidão.

Você também não. Entrementes, você aprendeu que não precisa estar sozinho para se sentir solitário. Dois mil anos atrás, duzentos e cinqüenta milhões de pessoas povoavam a terra. Agora são mais de cinco bilhões. Se a solidão pudesse ser curada com a presença de pessoas, certamente haveria menos solidão hoje. Contudo, a solidão deixa-se ficar.

Bem no início de meu ministério, fiz a seguinte oração no domingo de manhã: "Obrigado, Senhor, por todos os nossos amigos. Temos tantos, que não podemos despender tempo com todos eles". Após o culto, um bem-sucedido homem de negócios corrigiu-me: "Você pode ter mais amigos do que pode ver.

Não eu. Eu não tenho nem um". A pessoa pode estar cercada por uma igreja e ainda assim estar só.

Solidão não é ausência de faces. É ausência de intimidade. A solidão não vem de se estar sozinho; vem de se sentir sozinho. Sentir como se você estivesse enfrentando a morte sozinho, enfrentando a doença sozinho, enfrentando o futuro sozinho.

Quer você seja atingido por ela em sua cama, à noite, ou enquanto dirige para o hospital, no silêncio de uma casa vazia ou no barulho de um bar lotado, a solidão é quando você pensa, Sinto-me tão só. Ninguém se importa?

As bagagens de solidão aparecem por toda parte. Elas atravancam o assoalho das salas de reunião de diretoria e dos clubes. Nós as arrastamos para dentro das festas, e geralmente as arrastamos quando nos retiramos. Você as localizará junto à cadeira do trabalhador que faz serão, ao lado da mesa do comilão, e sobre a arquibancada de um espetáculo noturno. Tentaremos qualquer coisa para descarregar nossa solidão. Esta é urna bagagem que desejamos arriar rapidamente.

Mas devemos? Devemos ser tão rápidos em depô-la? E se em vez de virarmos as costas à solidão, nos virarmos para ela? Poderia ser que solidão seja não uma maldição, mas um presente? Um presente de Deus?

Espere um minuto, Max. Não pode ser. A solidão faz pesado o meu coração. A solidão me deixa vazio e deprimido. A solidão é qualquer coisa, menos um presente.

Você pode estar certo, mas funcionou comigo por um momento. Me pergunto se a solidão não é um modo de Deus conseguir nossa atenção.

Eis o que quero dizer: Suponha que você pegue emprestado o carro de um amigo. O rádio não funciona, mas o CD, sim. Você revira toda a coleção dele, procurando por seu estilo de música - vamos dizer, country americana. Mas você não acha nada. Ele não tem nada além do próprio estilo de música - vamos dizer, clássica.

É uma longa viagem. E você pode conversar consigo mesmo apenas por um instante. Então, eventualmente, você apanha um CD. Você preferiria uma guitarra afiada, mas está preso com tenores arrojados. Inicialmente, é tolerável.

Ao menos preenche o ar. Eventualmente, porém, torna-se agradável. Seu coração capta o arranjo dos timbales, sua cabeça se move com os violoncelos, e você se pega prestando atenção a uma pequena ária italiana."Hei, isto não é tão mau."

Agora, deixe-me perguntar-lhe. Você teria feito esta descoberta por iniciativa própria? Não. O que o levou a ela? O que o fez ouvir músicas que nunca ouvira antes?

Simples. Você não tinha outra escolha, nem outra opção.

Você não tinha para onde ir. Finalmente, quando o silêncio estava alto demais, você arriscou numa canção que nunca ouvira.

Oh, como Deus quer que você ouça a música dEle.

Ele tem um ritmo que fará disparar o seu coração, e versos que farão correr as suas lágrimas.Você quer viajar para as estrelas? Ele pode levar você lá. Você quer se deitar em paz? A música dEle pode acalmar a sua alma.

Mas primeiro, Ele tem de jogar fora aquela "coisarada" country americana (Perdoe-me, Nashville. Apenas um exemplo).

E então Ele começa a arremessar os CDs. Um amigo vai embora. Os negócios vão mal. Sua esposa não entende. A igreja é insensível. Uma a uma, Ele remove as opções, até que tudo o que lhe reste seja Deus.

Ele faria isto? Absolutamente. "O Senhor corrige o que ama" (Hb 12.6). Se Ele tiver de silenciar todas as vozes, Ele o fará. Ele quer que você ouça a música dEle. Ele quer que você descubra o que Davi descobriu, e que seja capaz de dizer o que Davi disse.

"Tu estás comigo".

Sim, Senhor, tu estás no céu. Sim, o Senhor governa o universo. Sim, o Senhor se assenta acima das estrelas e faz a sua casa nas extremidades do mar. Mas sim, sim, sim, tu estás comigo.

O Senhor está comigo. O Criador está comigo. Jeová está comigo. Moisés proclamou: "Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor, nosso Deus?" (Dt 4.7).

Paulo anunciou:" [Ele] não está longe de cada um de nós" (At 17.27).

E Davi descobriu: "Tu estás comigo".

Nalgum lugar da pastagem, do deserto, ou do palácio, Davi descobriu que Deus falou sério quando disse:

"Não te deixarei" (Gn 28.15).

"Não desampararei o meu povo" (Rs 6.13).

"O Senhor não rejeitará o seu povo" (Sl 94.14).

"Deus... não vos deixará nem vos desamparará" (Dt 31.6).

A descoberta de Davi é de fato a mensagem das Escrituras – o Senhor está comigo. E, desde que o Senhor está perto, tudo é diferente. Tudo!

Você pode estar enfrentando a morte, mas não a está enfrentando sozinho; o Senhor está com você. Você pode estar enfrentando o desemprego, mas não o está enfrentando sozinho; o Senhor está com você. Você pode estar enfrentando conflitos matrimoniais, mas não os está enfrentando sozinho; o Senhor está com você. Você pode estar enfrentando dívidas, mas não as está enfrentando sozinho; o Senhor está com você.

Sublinhe estas palavras: você não está sozinho.

A sua família pode voltar-se contra você, mas Deus não.

Seus amigos podem trair você, mas Deus não.

Você pode sentir-se sozinho no deserto, mas não está.

Ele está com você. E porque Ele está com você, tudo é diferente.Você é diferente.

Você vai de solitário a querido.

Quando você sabe que Deus o ama, não fica desesperado pelo amor dos outros.

Você não mais será um comprador faminto no mercado.Você já foi à mercearia com o estômago vazio? Você é um alvo fácil. Você compra tudo o que não precisa. Não importa se é bom para você - você quer apenas encher a barriga.

Quando você é solitário, faz o mesmo na vida: apanha coisas na prateleira, não porque precise delas, mas porque está faminto de amor.

Por que o fazemos? Porque tememos enfrentar a vida sozinhos. Por medo de que nada se encaixe, tomamos drogas. Por medo de nos salientarmos, usamos as roupas.

Por medo de parecer miseráveis, entramos em dívida e compramos a casa. Por medo de passar despercebidos, vestimo-nos para seduzir ou impressionar. Por medo de dormir sozinho, dormimos com alguém. Por medo de não ser amado, buscamos amor em todos os lugares errados.

Não obstante, tudo isto muda quando descobrimos o perfeito amor de Deus. E o perfeito amor lança fora o medo (1 Jo 4.18).

Solidão. Pode ela ser um dos mais finos presentes de Deus? Se uma temporada de isolamento é o modo dEle de ensinar você a ouvir sua canção, não acha que vale a pena?


Fonte: Livro "Aliviando a Bagagem" de Max Lucado

Nenhum comentário:

Postar um comentário