Conclusão
Adormeci no Louvre.
O museu mais famoso do mundo. O edifício mais conhecido de Paris. Turistas exclamando "Oh!" e "Ah!" e lá estava eu, cochilando e roncando. Sentado num banco. Encostado à parede. Queixo no peito. Quebrado.
As jóias da coroa no saguão. Rembrandt na parede.Van Gogh, um andar acima. A Vênus de Milo, um andar abaixo. Eu deveria estar de olhos arregalados e estrelados.
Denalyn estava. Você pensaria que ela estivesse na liquidação da Foley's Red Apple. Se havia uma excursão, ela ia. Se havia um botão para apertar, ela apertava. Se havia uni panfleto para ler, ela o lia. Ela não queria parar nem para comer.
Mas eu? Concedi à Mona Lisa cinco minutos.
Vergonhoso, eu sei.
Eu deveria ter sido mais como o companheiro perto de mim. Quando dormitei involuntariamente, ele estava trespassado sobre a versão de uma flor do artista Dutch, do século dezessete. Quando acordei, o sujeito ainda estava pasmado. Fechei os olhos novamente. Quando os abri, ele ainda não se movera.
Inclinei-me para ele e tentei parecer reflexivo.
"Impressionante, não!" Nenhuma resposta. "As sombras são obra de mestre".
Nenhuma réplica. "Você acha que é uma pintura em série?"
Ele suspirou e não disse nada. Contudo, eu sei que ele estava pensando, "Inculto desajeitado".
Ele estava certo. Eu era. Todavia, não era falha minha.
Eu aprecio arte do século dezessete tanto quanto o sujeito ali perto...
Bem, talvez nem tanto. Mas ao menos eu posso ficar acordado.
Porém não naquele dia. Por que caí no sono no Louvre?
Culpa das malas, baby; culpa das malas. Eu estava exausto de arrastar a bagagem da família. Carregávamos mais malas que o grupo teatral volante de O fantasma da ópera.
Não posso culpar minha esposa e minhas filhas. Elas aprenderam comigo. Lembra? Eu sou aquele que viaja preparado para um casamento subaquático e um torneio de boliche. Já é mau o suficiente para uma pessoa viajar assim, mas, cinco? Esgotará você.
Você acha que nunca vou aprender a viajar sem bagagem?
Sabe de uma coisa? Vamos fazer um pacto. Eu reduzo as sacolas de couro, e nós dois reduzimos as emocionais.
Afinal, uma coisa é cochilar no Louvre, outra, cochilar na vida.
Podemos, você sabe. Não habitamos na galeria de nosso Deus? Não é o céu a sua tenda e a humanidade a sua obra-prima? Não vivemos cercados de obras de arte? Pores-do-sol incandescentes. Ondas encapeladas.
E não é a alma o seu estúdio? O nascimento do amor, o legado da graça. Por toda parte à nossa volta, milagres espocam como pirilampos - almas são tocadas, corações são mudados, e...
Uaaah. Deixamos passar. Dormimos enquanto acontecia.
Não podemos evitar. É duro viver, arrastando atrás as culpas de ontem. Este saco de estopa cheio de preocupação deixa meu pescoço em um laço.
O temor da morte é suficiente para quebrar as costas.
É também suficiente para fazer você perder a magia da vida.
Muitos a perdem a cada domingo. Pessoas boas, bem intencionadas, sentadas na igreja, lutando para manter os olhos - se não os da face, ao menos os do coração - abertos.
E o que perdemos? Perdemos Deus fendendo os céus para ouvir-nos cantar. Não devíamos estar esticados para o céu, na ponta dos pés em nossos bancos?
O que perdemos? Deus está reunindo-nos em comunhão! Não deveríamos estar distribuindo, juntamente com o pão e o vinho, sais voláteis para despertarmos uns aos outros de nossos desmaios de pavor?
O que perdemos? A Palavra de Deus. Não deveríamos segurá-la como nitroglicerina? Não deveríamos estar de olhos abertos? Deveríamos, mas na última semana arrastamos pela cidade aquele baú de descontentamento. E além disso, não pudemos dormir na noite anterior; ficamos rolando nossa sacola de lona de desapontamentos.
Então, desembaracemo-nos de nossas bagagens! De uma vez por todas, entreguemos a Ele as nossas cargas.Vamos pegá-lo em sua Palavra! "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28).
Descansar da carga de um deus pequeno. Por quê? Porque achei o Senhor.
Descansar de fazer as coisas do meu modo. Por quê? Porque o Senhor é o meu Pastor.
Descansar das necessidades infindáveis. Por quê? Porque nada me faltará.
Descansar das fadigas. Por quê? Porque Ele me faz descansar.
Descansar da preocupação. Por quê? Porque Ele me conduz.
Descansar do desespero. Por quê? Porque Ele refrigera a minha alma.
Descansar da culpa. Por quê? Porque Ele me guia pela vereda da justiça.
Descansar da arrogância. Por quê? Por amor do seu nome.
Descansar do vale da morte. Por quê? Porque Ele me leva através dele.
Descansar da sombra da aflição. Por quê? Porque Ele me guia.
Descansar do medo. Por quê? Porque a sua presença me conforta.
Descansar da solidão. Por quê? Porque Ele está comigo.
Descansar da vergonha. Por quê? Porque Ele preparou para mim uma mesa na presença dos meus inimigos.
Descansar dos meus desapontamentos. Por quê? Porque Ele me unge.
Descansar da inveja. Por quê? Porque meu cálice transborda.
Descansar da dúvida. Por quê? Porque Ele me segue.
Descansar da saudade. Por quê? Porque habitarei na casa do meu Senhor para sempre.
E amanhã, quando, pela força do hábito, você pegar de volta a sua bagagem, largue-a de novo. Deponha-a outra vez e novamente, até aquele doce dia em que você descobrirá que não a está pegando de volta.
E naquele dia, quando você sentir a carga suspensa, quando houver dado um passo no sentido de viajar sem bagagem, quando tiver energia para ponderar sobre os mistérios da vida, faça-me um favor. Caminhe pelo saguão e vire à esquerda. Espere a sua vez atrás das cordas vermelhas. Dê unia boa e longa olhada na Mona Lisa, e diga-me: o que há de especial nela, afinal?
Max, Denalyn e suas duas filhas vivem em San Antonio, Texas, onde ele serve na Oak Hills Church of Christ..
Apesar de eu ter posto todo o texto de Max Lucado no meu blog, recomendo que vocês comprem o livro e o tenham guardado em suas bibliotecas.
Fonte: Livro "Aliviando a Bagagem de Max Lucado
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